Resenha de "A História do Futuro de Glory O'Brien" (A. S. King)

Título: A História do Futuro de Glory O'Brien
Autor: A. S. King
Editora: Gutenberg
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Sinopse: O fim do ensino médio é uma época de possibilidades infinitas – mas não para Glory O’Brien, uma jovem norte-americana que não tem nenhum plano para o futuro. Sua mãe cometeu suicídio quando Glory tinha apenas 4 anos, e ela nunca parou de se perguntar se seguiria o mesmo caminho… Até que numa noite transformadora ela começa a experimentar um novo e surpreendente poder que lhe permite enxergar o passado e o futuro das pessoas.De antepassados a muitas gerações futuras, a jovem é bombardeada com visões – e o que ela vê pela frente é aterrorizante: um novo líder tirânico toma o poder e levanta um exército. Os direitos das mulheres desaparecem. Uma violenta segunda guerra civil explode. Jovens garotas somem diariamente, vendidas ou confinadas em campos de concentração.
Sem saber o que fazer, Glory decide registrar todas as suas visões, na esperança de que a sua História do Futuro sirva de alerta e evite o que vem por aí.
Mas será que as pessoas vão acreditar nela? Será que estarão dispostas a fazer o que é necessário para impedir a concretização daquele destino medonho?
Nesta obra-prima sobre feminismo, liberdade e escolhas, A. S. King mais uma vez nos brinda com seu realismo fantástico para contar a história de uma garota que tenta lidar com uma perda devastadora. 

Definitivamente eu acho que comecei a ler a autora pelo livro errado. Não é possível que tanta gente que tenha o gosto semelhante ao meu tenha dito que esse é o melhor livro dela, e isso sendo um grande elogio, quando eu sofria para ler dez páginas de uma única vez sem cair no sono. 

Glory mora com o pai. A mãe se matou quando ela era menina e desde então Glory procura descobrir se os pensamentos perigosos que tem são provenientes de algo que herdou da genitora, ou loucuras adolescentes mesmo. 

Junto a sua melhor amiga, Glory acaba fumando um morcego. Sim, a frase parece estranha, e a situação é tão bizarra quanto a frase. E depois disso elas passam a ter flashs do passado das diversas gerações das pessoas que veem, como também os descendentes delas. E isso vai fazer com que ambas passem a analisar quem são num contexto geral de mundo, e entender como as pessoas funcionam quando não estão sendo observadas. 

Esse livro leva o nome de realismo fantástico, mas não sei até que ponto isso é correto. Num realismo fantástico as pessoas encaram com naturalidade o fantástico, o que não é o caso desse livro. Elas se surpreendem e se assustam com as coisas estranhas ao redor delas. Também não me sinto confortável colocando na categoria de sobrenatural, porque vejo essas visões das meninas mais como uma filosofia sobre a humanidade como um todo. É um livro confuso de catalogar em gênero, e possivelmente seja esse o motivo de terem colocado ele em cima do muro. 

A ideia do livro é bem legal, e acho que ele cumpre com a proposta ideológica que sugere. Coloca o leitor para pensar da mesma maneira que coloca Glory. A gente se enxerga pelos olhos da menina quando ela vê alguns passados terríveis e futuros igualmente ruins. Ainda assim, passei mais da metade do livro querendo enforcar a protagonista. Ela era omissa, um tanto falsa e lerda de um modo que me deixava agoniada. Nada em Glory me agradou, e acredito que esse seja o motivo de eu não ter curtido tanto assim o livro. 

Não vou negar que tem passagens maravilhosas. Pensamentos dignos de palmas, mas eu posso achar isso em um livro de frases, e não preciso ler um YA/Sobrenatural/Realismo Fantástico/Drama estranho para ter tais pensamentos. Quero dizer com isso, que num contexto geral o livro foi bem fraco para mim. Não tinha nada mais forte que levasse a trama adiante, até porque não tem trama alguma. Só uma menina olhando o passado e futuro das pessoas e pensando sobre aquilo. Sério, gente, o livro me deu um puta sono. Lia cinco páginas e já estava cochilando. 

Infelizmente não foi um livro para mim. Vou voltar a tentar ler algo da autora, mas não vai ser nem tão cedo. Traumatizei, não vou mentir.