Resenha de "Boneco de Pano" (Daniel Cole)

Título: Boneco de Pano
Autor: Daniel Cole
Editora: Arqueiro
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Sinopse: VOCÊ ESTÁ NA LISTA DE UM ASSASSINO. E ELA DIZ QUANDO VOCÊ VAI MORRER.
O polêmico detetive William Fawkes, conhecido como Wolf, acaba de voltar à ativa depois de meses em tratamento psicológico por conta de uma tentativa de agressão. Ansioso por um caso importante, ele acredita que está diante da grande chance de sua carreira quando Emily Baxter, sua amiga e ex-parceira de trabalho, pede a sua ajuda na investigação de um assassinato. O cadáver é composto por partes do corpo de seis pessoas, costuradas de forma a imitar um boneco de pano.
Enquanto Wolf tenta identificar as vítimas, sua ex-mulher, a repórter Andrea Hall, recebe de uma fonte anônima fotografias da cena do crime, além de uma lista com o nome de seis pessoas – e as datas em que o assassino pretende matar cada uma delas para montar o próximo boneco. O último nome na lista é o de Wolf.
Agora, para salvar a vida do amigo, Emily precisa lutar contra o tempo para descobrir o que conecta as vítimas antes que o criminoso ataque novamente. Ao mesmo tempo, a sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf, e o detetive teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com seu passado – do que qualquer um possa imaginar.
Com protagonistas imperfeitos, carismáticos e únicos, aliados a um ritmo veloz e uma deliciosa pitada de humor negro, Boneco de Pano é o que há de mais promissor na literatura policial contemporânea.

Terminei de ler o livro e fiquei pensando... O que merda aconteceu com aquela ideia genial lá do início? Fico revoltada quando estou lendo um livro policial e sinto que o autor perdeu a mão na hora de escrever. Se desviou. Imagino que isso seja culpa de um pulo no espaço tempo no qual se escreveu a história. Ou não... Vai ver não tinha jeito mesmo e fim de papo. Contudo não acredito nisso.

Wolf é um daqueles detetives esquentados, e isso se torna visível logo no início do livro. A primeira cena é realmente uma delícia de se ler. Não é todo dia que você vê um policial atacando um cara em pleno julgamento do homem simplesmente porque não concordou com a decisão do júri.

Daí pulamos para alguns anos depois, quando Wolf é chamado na investigação de um crime sobre um corpo - ou vários corpos - que foram achados costurados em partes formando um único e pendurado de maneira hedionda em frente a casa do detetive. Isso aí já é uma puta chamada do livro, concordam?

Junte isso ao fato de que uma nova lista com nomes dos corpos que formarão o próximo boneco de pano é enviada para os jornalistas, e adivinhem quem é o último nome dela? Claro que o detetive Wolf! Bingo!

Cole joga uma ideia fantástica quando cria esse boneco de pano de corpos costurados e toda a ligação que esse assassino e esses assassinatos tem com o detetive Wolf. Também achei genial a primeira morte que acompanhamos. De alguma forma me fez lembrar bastante o filme Caçadores de Mentes, que morro de amores por ter mortes muito bem feitas no sentido psicológico da coisa. Sério, vocês precisam ver aquele filme.

O problema com esse livro é que ele cria muita expectativa e não cumpre com elas ao final de tudo. Não é o que final seja ruim, mas ele decresce muito em relação ao início. Até a primeira morte eu comi as páginas, depois disso me arrastei até ficar impaciente com essa leitura. Isso é simplesmente um saco quando se trata de livros policiais que tem como máxima te manter preso até o fim.

Meu outro grande problema com esse livro foi com a questão do carisma dos personagens. Uma hora Wolf é super badass e está espancando alguém, poucas cenas depois ele aparece fugindo de casa numa birra super infantil, porque não quer encarar uma discussão babaca entre duas mulheres da sua vida. Sério, Wolf? SÉRIO mesmo?

E isso não é só com Wolf, mas com todo o resto do grupo de policiais e jornalistas envolvidos na história. Tudo bem que esse tipo de livro não é comum ter alguém super carismático, mas sei lá... Depois de Bolitar eu estou estragada para o resto dos detetives que aparecerem na minha frente.

Enfim, não é um livro de um todo ruim, mas ele prometia muito e entregou pouco material para isso. A resolução do crime também fica em cima do muro, nada de genial, mas também não é péssima. Aff, estou um tanto confusa em relação a isso. hehe. Esperava mais, só isso. Uma pena, porque a ideia era simplesmente genial.