Resenha de "A Química que há entre nós" (Krystal Sutherland)

Título: A Quimica que há entre nós
Autor: Krystal Sutherland
Editora: GloboAlt
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Sinopse: Grace Town é esquisita. E não é apenas por suas roupas masculinas, seu desleixo e a bengala que usa para andar. Ela também age de modo estranho: não quer se enturmar com ninguém e faz perguntas nada comuns.Mas, por algum motivo inexplicável, Henry Page gosta muito dela. E cada vez mais ele quer estar por perto e viver esse sentimento que não sabe definir. Só que quanto mais próximos eles ficam, mais os segredos de Grace parecem obscuros.
Mesmo que pareça um romance fadado ao fracasso, Henry insiste em mergulhar nesse universo misterioso, do qual nunca poderia sair o mesmo. Com o tempo, fica claro para ele que o amor é uma grande confusão, mas uma confusão que ele quer desesperadamente viver.


Saca aquele tipo de livro que não precisa de muito para ser grande? Eis ele! Fino e poderoso, como muitos dos grandes livros ocultos da humanidade que levam pouco mérito justamente pela quantidade de folhas. As pessoas precisam mesmo rever valores. 

Eu costumo curtir bastante livros com drama e romance jovem adulto. Só que, como a maioria dos gêneros, eu tenho meu limite para eles. Se pegar dois desses seguidos, é batata que vou achar repetitivo e maçante e dormirei em todas as páginas. 

Nesse livro conhecemos as história de Grace e Henry. Ele é um garoto "na dele" que tem como maior desejo se tornar editor do jornal da escola. Ela uma estranha que acabou de chegar no lugar, com um péssimo senso de moda, nenhum jeito social, mas inteligente demais para ser ignorada por ele. Ambos são convidados para trabalhar juntos no jornal, e esse é só o primeiro ponto que vai os unir. 

Devo admitir que li esse ao mesmo tempo que lia outro do mesmo gênero, o que deveria ser considerado um puta erro, e ainda que tenha comparado os dois, e isso é inevitável, eu consegui absorver coisas diferentes e maravilhosas deles. O de A Química que há entre nós certamente é a construção do relacionamento do casal na trama. De início parece um tanto apressada, como todo grande relacionamento adolescente, mas com o passar de páginas entendemos que ele não é o foco, apesar de ser todo o foco. Confuso isso, não é? Pois é, também acho, mas não encontro palavras que expliquem melhor quem são esses dois. 

Quando um adulto lê esse livro percebe que está velho. Sério, não estou tirando onda, poxa! Ver dois adolescentes se conhecendo e se gostando sem esperar muito em troca, e depois esperando demais em troca porque são adolescentes e é isso o que eles fazem, é o máximo! Comentei com uma amiga um dia desses e repito aqui... Quando há maturidade, há muito ponderamento sobre o que pode rolar. Sempre o cérebro vem na frente, e acaba que deixamos de viver coisas que poderiam ser incríveis por temor. Tá, elas também poderiam ser péssimas e colocar nosso cérebro na frente é só um modo de nos fazer racionalizar problemáticas para evitar nos magoar depois. É normal, mas não deixa de ser um tanto deprimente. 

A autora conduz o livro de modo a nos deixar nostálgicos. Tem passagens lindas, o relacionamento é bem trabalhado e distribuído para que não pese muito no ombro de nenhum deles de modo a nos fazer tomar partido, mesmo que a história nos mostre uma versão Henry de sentir. Há um equilíbrio interessante entre Grace e Henry, e ele é graças ao poder que Krystal tem em descrever quem são e o que são no universo de modo geral. 

Acredito que esse seja o tipo de livro para ser lido no momento certo da vida. Qual momento é esse? Só você saberá responder a essa pergunta. O que é um bom momento para mim, pode ser um péssimo momento para você. É tudo uma questão de valor. Sugiro pegá-lo quando sua vida estiver oca. Entende o que quero dizer? Quando sentir que algo falta. Esse é um sentimento inerente de qualquer ser humano, pelo menos duas vezes no mês. Aproveita um deles e vai ler. Vai ser um livro comum se não souber achar a magia nele, e a magia só se encontra no "momento certo". Já falei isso, não?