Resenha de "Na minha onda" (Laura Conrado)

Título: Na Minha Onda
Autor: Laura Conrado
Editora: GloboAlt
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Sinopse: Vitória é uma cantora talentosa que esteve no topo do sucesso há cinco anos. Mas agora ela está arrasada: ficou desempregada, voltou a morar com os pais e ainda tem que aceitar o triunfo de Carol Laine, sua amiga de infância e antiga companheira musical, que seguiu em carreira solo e está se tornando uma das mais comentadas artistas da Bahia. Porém, mesmo Vitória tentando se esconder a todo custo, Carol Laine a procura com um convite: ela quer que as duas voltem a trabalhar juntas e que ela participe de um reality show sobre sua vida. Isso significa, também, estar mais próxima de Lucas, o primo e assessor de Carol, por quem Vitória mantém uma paixão secreta há anos. Mesmo parecendo uma proposta irrecusável, é difícil engolir a mágoa, ficar à sombra de Carol Laine e ainda encarar os reveses da fama: a exigência de estar sempre linda e em forma, as fofocas da imprensa de celebridades, a perseguição de um fã maníaco e misterioso e a dúvida sobre as amizades serem apenas por interesse. Em meio a tantos sentimentos conflitantes, Vitória terá que responder: vale a pena voltar a esse mundo onde o ego das pessoas parece controlar tudo?
 Ok, eu sou super a favor de literatura nacional que tenha um pé grande no regionalismo. Tipo, muito mesmo! Sou nordestina, dessas com sonoridade no final das frases mansas. Amo onde moro e acho muito próximo quando leio alguém que diz "oxente" numa interjeição. Como escritora, eu evito esse tipo de regionalismo porque percebo que muita gente do sul e sudeste tem problemas para se adaptar a esse tipo de narrativa. Reviro os olhos para isso, mas respeito. E vi que muitas críticas a esse livro foi em relação ao estranhamento do leitor a linguagem baiana dele.

Vitória é cantora, e está na merda. Junto com sua amiga Carol Laine, fez muito sucesso no passado, mas foi esquecido quando elas seguiram carreira solo. Carol ficou hiper famosa, mas Vitória caiu tanto que foi obrigada a voltar para Salvador e morar com os pais. Passa o dia remoendo seu fracasso e a ascensão de Carol Laine. Até que a própria, a amiga do passado, volta para pedir para Vitória participar de um reality show junto a ela. E de quebra, Vitória vai poder passar mais tempo com o empresário e primo de Carol, que foi uma paixonite dela na infância.

Acredito que a parte mais positiva do livro para mim foi a questão do regionalismo. Me vi em casa, como comentei no primeiro parágrafo. Não tive dificuldade com o linguajar e em muitos momentos via piadas que jamais achei que leria em um livro. Fico feliz por isso. Não sei se a autora é baiana ou não, mas se não for, ela soube captar com precisão o clima deles. Mas as partes positivas do livro acabam ai. Foram poucas páginas, mas a sensação era de que estava lendo a bíblia, de tão cansativo.

Li em algum lugar uma resenhista dizendo que é um livro vazio, e concordo com ela. Apesar da vida de algumas pessoas serem vazias, de fato, não sei até que ponto colocar isso num livro vai ser positivo. Até para uma vida vazia é necessário que exista um ensinamento, mas não é o caso com esse livro. Ele é seco. Situações sem sentido em cima de outras e nada para o leitor aproveitar. Vitória começa o livro ambiciosa e invejosa demais, e termina do mesmo jeito que começou. As futilidades eram mais importante na vida dela do que as pessoas. Aliás, as pessoas valiam o que tinham no bolso. Não sei qual era a ideia da autora quando criou essa protagonista, mas não foi um pensamento muito feliz.

Acho que nunca li nenhum outro livro da Laura. Acredito que meu problema tenha sido especialmente com esse livro, e por isso não posso falar da capacidade dela como escritora, até porque se ela criou Vitória para causar asco, conseguiu com fervor.

Não é um livro bom. Razoável, talvez, mas não bom. Já era ruim com as coisas que existiam na linha de enredo principal, mas a autora achou por bem colocar mais delas, o que tornou o trem pior ainda. Não o indico para quem nunca leu a autora, ou vocês, como eu, irão se traumatizar. Mas indico para quem é nordestino e gosta de ver um pouco da nossa terra em tantos personagens, como foi o caso desse livro.