Resenha de "A Jóia" (Amy Ewing)

Título: A Jóia
Autor: Amy Ewing
Editora: Fantasy
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Sinopse: Joias significam riqueza, são sinônimo de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão. Violet nasceu e cresceu no Pântano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária. Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza. Agora, aos dezesseis anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará sua vida como substituta. Mas, aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente - e terá que lutar por sua própria sobrevivência. Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco! Em seu livro de estreia, Amy Ewing cria uma rede de intrigas e reviravoltas na qual os ricos e poderosos estão mais envolvidos do que se possa imaginar, e onde o desejo por saber o destino de Violet manterá o leitor envolvido até a última página.
Escrever distopia é uma das coisas mais complicadas em relação a escrita. Porque não são só personagens, nem são só situações. Um conjunto de fatores que pode levar o livro para o topo de uma lista forte, ou cair de um penhasco tão rapidamente que você nem sente que ele foi. Esse segundo caso foi o de A Jóia. Não tem nem quinze dias que acabei de ler e já estou me esquecendo de boa parte do que não deveria esquecer, coisa que nunca aconteceu com Fúria Vermelha, por exemplo, e olhe que demorei um ano de um livro para o outro. Prova concreta de que é preciso muito mais do que uma ideia para trabalhar um livro desse tipo. 

Aqui a gente conhece a história da Violet, que é uma garota nascida no Pântano, e por ser fértil e ter alguns dons, ela é levada para ser treinada e futuramente servir como barriga de aluguel aos filhos da elite dessa sociedade distópica, juntamente com outras garotas. São escolhidas em leilão de acordo com suas habilidades, e é uma briga bem feia entre as mulheres da alta sociedade. 

Violet é comprada por uma Duquesa absurdamente fria. Parece sempre morder e assoprar, e Violet, apesar de aparentar estar sempre sendo resistente, cai em muitos dos sopros dela. De algum modo ela aceitou o destino, por mais que o tema. Não se sabe o que acontece com as mulheres depois que os bebês nascem, e isso a atormenta. 

Algumas coisas me incomodaram nesse livro. A falta de atitude de Violet, por exemplo. Quando ganha algum tipo de liberdade, invés de pensar em formas de mudar seu destino, ela resolve se enrroscar no travesseiro de um cara. Sério, minha amiga? Por favor!

Outra coisa bem irritante é o motivo - ou falta dele - que faz um membro dos rebeldes escolher Violet para um plano um tanto quanto Shakesperiano. Nada se sabe dele, e porque ela confiaria em alguém que não conhece? Ele me lembrou bastante o Cina, de Jogos Vorazes, mas diferente do outro, esse personagem não tem motivo para ter conquistado a confiança da menina tão rapidamente. 

E lá vai eu reclamar do romance de novo! Veja bem, não me incomodaria se o negócio fosse bem escrito, mas não foi. Não se sabe porque diabos Violet se interessou pelo rapaz em questão, e garanto que ele não me cativou em nada. Aliás, tirando o filho da duquesa que tem um espírito bem a minha cara, ninguém nesse livro me conquistou em nada. 

A autora joga ideias sobre a distopia, e as vezes coloca outras coisas por cima e não sei se para nos confundir ou se realmente é enrolado daquele jeito. Quando eu estava começando a gostar de alguma coisa, daí ela muda drasticamente e eu me vejo sem entender qual a proposta dela, de maneira geral. Vamos esperar que isso se explique no segundo volume. 

Eu vou sim ler o segundo, porque raramente paro uma série no meio. Mas não estou indo com muita expectativa. O primeiro não foi lá grande coisa, o que é uma pena. Sempre torço para que as distopias me ganhem.