Resenha de "Um Tom Mais Escuro de Magia" (V. E. Schwab)

Título: Um Tom mais escuro de magia
Autor: V. E. Schwab
Editora: Record
Skoob: Adicionar

Sinopse: Kell é um dos últimos Viajantes — magos com uma habilidade rara e cobiçada de viajar entre universos paralelos conectados por uma cidade mágica. Existe a Londres Cinza, suja e enfadonha, sem magia alguma e com um rei louco — George III. A Londres Vermelha, onde vida e magia são reverenciadas, e onde Kell foi criado ao lado de Rhy Maresh, o boêmio herdeiro de um império próspero. A Londres Branca: um lugar onde se luta para controlar a magia, e onde a magia reage, drenando a cidade até os ossos. E era uma vez... a Londres Negra. Mas ninguém mais fala sobre ela. Oficialmente, Kell é o Viajante Vermelho, embaixador do império Maresh, encarregado das correspondências mensais entre a realeza de cada Londres. Extra-oficialmente, Kell é um contrabandista, atendendo pessoas dispostas a pagar por mínimos vislumbres de um mundo que nunca verão. É um hobby desafiador com consequências perigosas que Kell agora conhecerá de perto. Fugindo para a Londres Cinza, Kell esbarra com Delilah Bard, uma ladra com grandes aspirações. Primeiro ela o assalta, depois o salva de um inimigo mortal e finalmente obriga Kell a levá-la para outro mundo a fim de experimentar uma aventura de verdade. Magia perigosa está à solta e a traição espreita em cada esquina. Para salvar todos os mundos, Kell e Lila primeiro precisam permanecer vivos.
 Já me peguei em muitos momentos pensando porque diabos ainda leio fantasia. Principalmente quando ando naquela época da minha vida como leitora que nenhuma parece colar comigo de um jeito positivo. Como se O Senhor dos Anéis tivesse me estragado para as outras fantasias do mundo, o que de fato foi. Mas quando paro para analisar, sei que o tipo de história, e a forma com a qual Tolkien a contou, não pode ser considerada como nada mais que exista na fase na Terra. Só ai eu sigo em frente, e abro minha mente para as tantas outras que existem por ai. A prova de que é um dos meus gêneros prediletos, é quando quatro dos dez melhores livros do ano são fantasias.

Um tom mais escuro de magia chegou de forma despretensiosa. Tinha uma premissa interessante, escrito por uma autora que eu morria de curiosidade em conhecer, e estava por um preço de banana na black friday. Então acabei comprando, e ele nem demorou muito no armário antes de ser lido. Não.
Lido não, devorado.

Aqui vamos conhecer a história de Kell, que é um Antari. Isso seria um homem que possui uma magia rara de poder atravessar dimensões. Ele vive na Londres Vermelha, que é uma das dimensões de Londres. Fora ela existe a cinza, que é a Londres que conhecemos, a Branca, um pouco mais forte quando o assunto é magia, e também um tanto mais cruel, e a extinta Londres Preta, que foi esquecida por todos quando consumida por magia, e isolada para que a magia forte dela não afetasse as demais Londres. Digamos que nosso protagonista é um tipo de carteiro real entre mundos. Ele transporta a correspondência dos reis de um canto a outro. Mas Kell também é um contrabandista de peças entre essas Londres, coisa que é proibida.

Já Lila, a outra protagonista, vive na Londres Cinza. É uma ladra incrível que já passou por coisa suficiente na vida e que sonha apenas em ter seu próprio navio, botas de pirata, um belo chapéu e uma espada imponente. Os roubos de Lila tem a finalidade de tirá-la da vida medíocre em que se enfiou. Até que ela esbarra em um homem machucado, que está fugindo de alguma coisa, e rouba um artefato pouco comum do seu bolso sem que ele perceba. Esse homem é Kell, que em um favor de "contrabando", levou para a sua Londres algo que não deveria ter saído de onde estava. Algo que carrega a magia em si. E uma magia perigosa.

Precisei de dois parágrafos para explicar um pouco do enredo do livro, e precisaria de mais uns dez para dizer o quanto ele foi incrível em cada página. Via muita gente falando horrores de Lila, e pessoalmente não vi uma personagem tão chata assim. Pelo contrário. Eu a adorei! Deus sabe que tenho uma tombo por personagens fortes e independentes. Principalmente se forem mulheres fortes e independentes. E também não posso dizer que deixei de me encantar por Kell. Ambos já eram incríveis antes de se juntarem, e depois foi só amor no meu coração.

A ideia da autora sobre as dimensões de Londres é muito boa. Nunca li nada dela além desse livro, apesar de ter outro parado em casa, mas posso dizer qua quando o assunto é fantasia, a mulher sabe trabalhar. Não deixou a desejar em momento algum na sua construção de "mundos". Você realmente enxerga cada Londres como se fossem folhas finas pairando umas sob as outras. Como uma televisão sintonizada em quatro canais ao mesmo tempo. É uma construção genial e muito possível no âmbito da magia literária.

O enredo do livro te prende do começo ao fim. Peguei sem esperar muito enquanto tomava café da manhã, precisei de pouco tempo para concluir, e já conclui com água na boca por mais. Eu preciso de mais para ontem! Apesar do livro fechar bonitinho nesse volume, as pontas do passado de Kell, Lila e os emocionais de ambos ficaram em aberto. São dois espíritos livres a quem a vida fez favor de juntar. E o que mais gostei foi que continuaram a ser espíritos livres, só que com um elo entre ambos. Quase uma corda invisível que os amarra. Sério, amei a amizade e doação dos dois. Ah, eu amei o livro inteiro!

O livro é uma delícia! Eu recomendo como uma boa fantasia jovem para passar o tempo.