Resenha de "Ligeiramente Casados" (Mary Balogh)



"Para passar uma tarde"


Sinopse: À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse Custe o que custar!. Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum. Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias. Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar. Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados... Neste primeiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos apresenta à família que conhece o luxo e o poder tão bem quanto a paixão e a ousadia. São três irmãos e três irmãs que, em busca do amor, beiram o escândalo e seduzem a cada página.

Romances de época costumam ser livros leves que nos fazem suspirar. Normalmente uma mocinha arredia e de respostas rápidas, e mocinhos fortes e viris, com traços marcantes e uma desenvoltura na conquista. Não foi diferente de Ligeiramente Casados. 

Logo no início do livro temos uma passagem devastada de cena pós guerra. Feridos no chão espalhados no campo e o coronel Bedwyn passeando para lugar, fazendo um levantamento da baixa. É nesse campo que ele encontra um capitão do seu grupo prestes a morrer. Alguém com quem ele tinha uma dívida por ter salvo sua vida no passado. O último desejo do moribundo era que o coronel desse a notícia de sua morte a irmã, e que ele a ajudasse a qualquer custo. Sem saber muito bem o que o capitão quis dizer com isso, Bedwyn jura por sua vida que irá cumprir com a promessa, e quitar a dívida com aquele homem. 

Do outro lado temos Eve, a irmã do capitão Morris. Ela mora em uma mansão de campo e vive com seus acolhidos. Pessoas que a sociedade condenou de alguma forma, e que Eve trouxe para dentro de casa, dando trabalho aos mais velhos, e adotando duas crianças órfãs. 

Existe toda uma complicação sobre a terra que ela mora e a herança. Não sei se vou conseguir explicar isso muito bem, mas a terra por hereditariedade é do irmão, que ao final de ano da morte do pai pode passar para ela. Como Morris morre antes desse prazo, a casa passaria para o parente homem mais próximo, que é um primo insuportável. A não ser que Eve esteja casada, daí a casa pode ser mantida por ela. 

Quando o coronel chega para contar sobre a morte do irmão, acaba descobrindo, pelas redondezas, da problemática da garota, que deixará desalojada várias pessoas caso perca a casa. Então Bedwyn propõe um casamento de conveniência, como pagamento da dívida com Morris. 

A ideia é eles se casarem, Eve herdar a casa por lei, e ele voltar para seu regimento, depois da licença de dois meses. E por não ter outra alternativa diante a morte do irmão, ela aceita. O problema é que nada acontece como eles querem, e a notícia do casório cresce em proporções gigantes, forçando Eve a participar do ciclo familiar de Aidan, e passar mais tempo perto do marido. Lógico que já sabemos onde isso vai parar!

Eita que esse resumo ficou imenso, heim? rsrs Achei importante relatar cada pedaço do enredo, para que vocês entendam o que aconteceu até o casamento deles. Não é nenhum spoiler que eles casam  (olhe o nome do livro!). 

Enfim, como todo romance desse estilo, a linha de raciocínio é bem parecida. Não que isso seja ruim, afinal não foram feitos para chocar o leitor nem deixá-lo na depressão. São livros leves para passar umas horas nos ônibus e filas. Ele cumpre o que promete. 

Gosto muito de Eve e do séquito de rejeitados. Ela é bem tempestuosa e tem uma língua ferina quando o assunto é defender cada um deles. 

Já Aidan é complicado. Toda a família parece fria e distante, como se viessem de um lugar muito gelado, ou vazio de amor. Pensar que a continuação da série será com o resto de seus irmãos, chega a ser angustiante. Que fique claro que nãos os odiei, pelo contrário. Só são difíceis e rancorosos, o que é normal se tratando deles. Quando vocês lerem vão entender sobre esse lance de disciplina e ordens com os Bedwyns

As cenas de romance entre o casal são bem bacanas. Nada que não tenha visto ainda, mas algo que completou a história com graça. E a problemática do livro também funcionou para mim. Vem muito na ideia de abdicação, e do que somos capazes de fazer por amor, mesmo indo contra a ideia principal da família. 

Recomendo fortemente para quem curte esse estilo de livro.