Dobradinha Internacional com "Vain" (Fisher Amelie) e "Maybe Someday" (Collen Hoover)

A Dobradinha Internacional é onde falo dos livros que li e que ainda não foram publicados no Brasil. Costumava colocar tais livros com resenhas individuais, mas como a procura era pouca por serem livros que não tem uma versão publicada em português, resolvi condensá-los numa mesma coluna. Daí a ideia da Dobradinha Internacional. Vamos conferir o que tem por aqui hoje?





Vain


Sinopse: Se você está procurando uma história sobre uma boa e humilde menina, que foi ferida por alguém que ela pensou que podia confiar, apenas para descobrir que ela não é tão vulnerável quanto ela pensava que era. Que descobre um lado capacitado de si mesma e que se apaixona com o cara que a ajuda a descobrir quem é, blá, blá, blá ... então você vai odiar minha história. Porque a minha não é a história que você lê nesses romances bonitos de banca. Sou a amiga abusada, extrapolando nas drogas, viciada em sexo de Los Angeles. Eu sou o pior pesadelo de qualquer namorada e fantasia de todo garoto.Sou Sophie Price, e esta é a história de como eu fui de menina mais invejada do mundo para a menina que ninguém queria por perto. 

Falar de Vain é falar um pouco do que talvez signifique a minha alma como um todo. Foi um livro que li sem propósito algum, e que de repente me desmanchei na maestria da criação de personagens de Amelie, e seus enredos fortes e seguros. 

Vamos conhecer a história de Sophie, que é uma garota rica demais e problemática ao extremo. Por conta de um deslize, ela é mandada para trabalhar durante algum tempo em um orfanato na África. E a menina passa de mimada e louca, para alguém que carrega um peso enorme nas costas quando percebe que a vida nem sempre é tão linear de terrível como ela achava que era. Acho que é um livro para entendermos que até os ricos tem sérios problemas. 

Primeiro vocês precisam saber que Vain é o primeiro livro de uma séria chamada The Seven Dreadly. Na real acho que eles querem falar sobre os sete pecados capitais. Não sei quantos desses livros já foram publicados lá fora, mas achei as capas de todos na internet. São meio que independentes, mas os personagens aparecem nos livros anteriores. Por exemplo, o próximo livro é de um cara que tem um papel bem bacana nesse aqui. Acredito que fale sempre sobre garotos de famílias abastadas, mas não tenho certeza disso. 

Vain é um primor! A evolução pela qual Sophie passa é gritante e maravilhosa. Os horrores que ela tem que viver com essas crianças na África chega a ser palpável para quem está lendo do lado de cá. Sério, nunca me vi tanto numa comunidade africana como me vi nesse livro. Ele tem uma leveza por se tratar de crianças, ao mesmo tempo que tem uma força pelo choque de realidade no qual o leitor é inserido. E pensar que realmente essas coisas acontecem no mundo, faz meu estômago se revirar. 

Garanto que o romance aqui dentro é uma delícia também! Ian é sem igual! Ele meio que entende Sophie, mesmo que tenha uma verdadeira repulsa pela menina riquinha que ela é. Eles são bem chatos um com o outro no início, mas verdadeiramente belos e delicados juntos quando passam a se conhecer de verdade. Amei esse casal!

Só tenho uma única crítica para Vain que é o final. Ele veio muito perfeito até as últimas vinte folhas, quando a autora quis resolver uma situação forte em um espaço de tempo curto e de um modo simples demais. Ficou parecendo que ela foi pressionada para terminar o livro cedo, e não funcionou muito para mim. Esperei dele o que o livro inteiro veio me dando... um show de escrita bem elaborada e genuína, e achei algo apressado e estranho. Esse foi o único motivo de não ter favoritado ele. 

Esperando ansiosa pelo próximo volume dele. 



Maybe Someday

Sinopse: Aos vinte e dois anos, aspirante a musicista, Sydney Blake tem uma grande vida: ela está na faculdade, trabalhando em um emprego estável, no amor com seu maravilhoso namorado, Hunter, e morando junto com sua melhor amiga, Tori. Mas tudo muda quando ela descobre Hunter a traindo com Tori. Descontrolada, sai de casa sem saber o que fazer a seguir. Sydney é acolhida pelo vizinho misterioso, Ridge Lawson. Ela não pode tirar os olhos dele ou parar de ouvi-lo tocar sua guitarra diariamente na varanda. Ela pode sentir a harmonia e vibração em sua música. E há algo sobre Sydney que Ridge não pode ignorar: ele parece ter finalmente encontrado sua musa. Quando o encontro inevitável acontece, eles logo vêem a necessidade um do outro em mais de uma maneira ...


Não tem jeito. Eu amo Collen Hoover de um modo que é irracional. Faz tempo que li esse livro, que se mostrou um dos meus prediletos do ano, mas ainda não me sentia preparada para falar sobre ele. Precisei ler Um Caso Perdido antes de vir falar sobre Maybe. Queria saber se meu amor por esse livro era real ou impulso por gostar tanto da escrita da autora. Descobri que realmente meu fascínio é pelas coisas que ela escreve como um todo. 

Sydney é uma boa garota. Faz faculdade de música, mora com a melhor amiga e tem um namorado lindo. Seu passatempo predileto é ficar na sacada de casa vendo seu vizinho tocar guitarra. No dia do seu aniversário ela descobre que a amiga estava tendo um caso com o namorado, e sai de casa sem saber para onde ir. Embaixo da chuva e sem dinheiro, é acolhida pelo seu vizinho músico, que lhe cede um sofá, lençóis quentes e conforto. A ideia era passar só uma noite, e acaba que Ridge, o vizinho perfeito, se entrelaça mais nessa história do que ela, ou ele, gostariam. 

Quer ver um livro me pegar de jeito? Coloque música ou poesia nele. A autora me deu poesia em Métrica, e me deu música com Maybe. Então não posso ser mais grata a essa mulher por encher minha vida de emoção. 

E posso dizer de coração cheio que a música que ela insere aqui é a coisa mais inusitada e perfeita de todos os livros com esse tema que já li. Não posso falar muito sobre isso porque a delícia é descobrir a surpresa ao ler, mas existe uma coisa carnal sobre como a música é inserida nessa história e como ela chega até os personagens, e até a gente, que fica rindo e lendo feito um bando de bobos. 

O casal de protagonistas não poderia ter mais química. Quer dizer... eles são perfeitos juntos! É como se o mundo fosse um silêncio ao redor e só existisse Sydney e Ridge preenchendo os espaços vazios com a dedicação pela música e um pelo outro. Quem tem um amigo como esse cara, vai querer certamente enlouquecer, porque tudo nele cheira a emoção, até o fato de ser um puta de um respeitador. Sério, queria matá-lo por ser tão resistente, e depois matá-lo por ser tão lindo e doce e... Pois é, deu para entender o quanto gostei do cara, não é? Totalmente In love por ele! 

Eu garanto que você vai perder o ar em muitos momentos lendo essa história. Eu garanto que você vai querer chorar, rir e bater na cabeça dos protagonistas. Eu garanto que chutar portas vai ser algo possível na sua vida depois dessa obra prima, e garanto que não existe um possibilidade única das músicas aqui dentro não tocar algo dentro de você. 

Fico abismada com a capacidade dessa autora de pegar uma porra de fato do nosso cotidiano simples e fazer algo assim. De transformar nossa capacidade de desligamento à certas coisas em uma maldita vontade de explodir o mundo. Ela fez isso com Maybe, e ele entrou fácil na minha lista de favoritos. Garanto que dos livros que li da Hoover, esse foi o meu predileto. Pela música? Pelos personagens? Eu realmente não sei! Mas estou com saudade de como esse livro fez eu me sentir possível de realizar qualquer coisa na vida.