Especial Oscar 2014 [Resenha de "Nebraska" e "Gravidade"]


Consegui ver mais dois filmes no extremo da semana. Assisti Nebraska sábado passado, e agora consegui ver Gravidade, que era o tipo de filme que eu adiaria até as últimas consequências para assistir, de tanto que fico tensa com filmes de problemas no espaço. Mas enfim, assisti aos dois, e vim contar o que achei deles.
Vamos lá?!


Nebraska

Sinopse: Woody Grant (Bruce Dern) é um homem idoso que acredita ter ganho US$ 1 milhão após receber pelo correio uma propaganda. Decidido a retirar o prêmio, ele resolve ir a pé até a distante cidade de Lincoln, em Nebraska. Percebendo que a teimosia do pai o fará viajar de qualquer jeito, seu filho David (Will Forte) resolve levá-lo de carro. Só que no caminho Woody sofre um acidente e bate com a cabeça, precisando descansar. David decide mudar um pouco os planos, passando o fim de semana na casa de um de seus tios antes de partir para Lincoln. Só que Woody conta a todos sobre a possibilidade de se tornar um milionário, despertando a cobiça não só da família como também de parte dos habitantes da cidade. (Adoro Cinema)


Sou dessas que curto pra caramba filmes preto e branco. Primeiro porque é um recurso genial para colocar a pessoa que assiste totalmente ciente do que acontece na trama sem prestar atenção a detalhes como cores. Segundo porque é necessário um diretor filho da mãe de corajoso para montar um longa nesse estilo. E vocês bem sabem que muitas pessoas deixam de ver filmes porque ele é preto e branco, como se o fato do filme não ter cores fosse torná-lo uma coisa ruim. Longe disso! Charles Chaplin esteve aqui para comprovar que isso é mero detalhe. De todos os filmes que vi até esse momento, e lembrando que ainda me faltam ver dois, Nebraska foi de longe o melhor deles no quesito roteiro. Amo dramas familiares de um jeito que não consigo medir, e esse filme é um puta drama maravilhoso. 



Não vou dizer que Nebraska vá ganhar um Oscar, porque sei que não vai. Cinema é comércio e Nebraska não é o tipo de filme comercial. É o tipo de filme de arte que todo cinéfilo deveria assistir para prestar atenção nos detalhes de atuação e direção. 

Apesar de ser dono de uma fotografia impar, pela combinação de locações e falta de cor, não acredito que Nebraska vá levar o prêmio fotográfico, até porque está concorrendo com Gravidade, que é um show de fotografia. 

Concorre também no quesito Ator, e devo dizer que Bruce está simplesmente escandaloso na sua atuação simples e poética. Não é necessário que ele fale muito para ser expressivo. Um ator filha da mãe no quesito sentimental, e estou completamente apaixonada por esse trabalho dele. 


A atriz coadjuvante também está um arraso, mas não acredito que ela leve por estar concorrendo com duas de peso nessa categoria. 

Nebraska é de uma poesia maravilhosa! 

Eu comecei o filme achando que não chegaria na metade dele antes de dormir. Aconteceu isso com todos os outros que vi, mesmo os mais frenéticos. E com duas horas de filme sem cor, eu simplesmente queria mais porque ele é incrível! 

Eu chorei de emoção com o final simples e encantador de Nebraska. Chorei de rir com o humor sem apelações que misturam as atuações maravilhosas e o roteiro incrível. 

Enfim, foi o melhor de todos os que vi, mas levando em consideração que dramas familiares são a minha paixão, entendo o meu amor por Nebraska. Não acho que ele vá levar o prêmio principal, mas que ele é digno de ser visto e revisto, isso ele é. 







Gravidade


Sinopse: Matt Kowalski (George Clooney) é um astronauta experiente que está em missão de conserto ao telescópio Hubble juntamente com a doutora Ryan Stone (Sandra Bullock). Ambos são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por um míssil russo, que faz com que sejam jogados no espaço sideral. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA, eles precisam encontrar um meio de sobreviver em meio a um ambiente completamente inóspito para a vida humana. (Adoro Cinema)

Ok, filme de Cuaron. Isso responde? Provavelmente não para a maioria, mas para mim, que sou apaixonada pelo trabalho do cara, inclusive pelos incríveis planos sequenciais a que ele tem uma aptidão nata a fazer, fiquei de boca aberta com o trabalho visual de Gravidade. 

Bom, importante lembrar que o roteiro de Gravidade é bem simples, quase besta. É tanto que ele não concorre na categoria de roteiro, e isso é um ponto importante para dar um prêmio ao melhor filme do ano. Então acho que se academia premiar Gravidade, vai ser puramente uma questão comercial, já que o filme lembra muito os grandes filmes sobre viagens espaciais, como o Apolo 11. 


Contudo, direção...(suspiros) Não tenho como não dizer o quanto que o filme é simplesmente um espetáculo de tão bem dirigido. Imagine rodar praticamente um filme inteiro levando em conta que os atores estão soltos no meio do universo. Imagine o clima de imensidão visual, e a claustrofobia da atuação. É uma antítese de sentimentos que deixa o espectador completamente sem ar. Gosto de filmes espaciais como Guerra nas Estrelas, as ficções; mas filmes desse tipo, onde sei que tem sempre uma tragédia, me deixa completamente desnorteada. Dica? Um plano sequência totalmente surreal quando os destroços atingem a nave deles. CARACAAAAAA!!!!! Muito bom!  Então acho que esse prêmio merece ser Cuaron pela complexidade para gravar esse filme. 

A Sandra está incrível, mas temos outras grandes atrizes em outros grandes filmes. Então acredito que esse prêmio não vá para ela. 

Se Gravidade não ganhar a maioria dos prêmios técnicos, vou achar uma grande injustiça. A fotografia é de tirar o fôlego -  Espaço é foda! E a questão de desenho de som é um escândalo! A trilha sonora é muito importante em um filme desse tipo, onde as falas são poucas já que a personagem da Sandra fica praticamente só em boa parte do filme. E eu devo dizer que fiquei completamente arrepiada com a última música. Não acho que ganhe o prêmio de Design de Produção. Não com tantos outros nomes de peso. 

Uma coisa importante sobre Gravidade, são as cenas sensíveis que o diretor consegue colocar no meio do desespero das cenas de espaço. Tem uma belíssima de Sandra Bullock em posição fetal, e a última, que é de emocionar. A personagem tem um drama de vida muito bacana, e bem trabalhado pelo diretor juntamente com essa coisa do espaço. 

É um filme de direção ótima e tecnicamente perfeito, mas de roteiro fraco. Então não acho que leve o principal, mas queria que Cuaron levasse o prêmio de direção. Seria muito mais do que justo. 


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